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.Eele pediu que n�o o atrapalhasse, porque precisava cumprir outros deveres e outras tarefas, seja feita a vossa vontademesmo sabendo que continuaria a busc�-lo pelo resto de seus dias, com o cora��otranspassado pelo punhal da dor, temendo a cada minuto por sua vida, sabendo que ele estava sendoperseguido e amea�ado, seja feita a vossa vontademesmo que, ao encontr�-lo no meio da multid�o, n�o tenha conseguido chegarperto, seja feita a vossa vontademesmo que, quando pediu a algu�m para avis�-lo que ela estava ali, o filho tenhamandado dizer que  minha m�e e meus irm�os s�o estes que est�o comigo , seja feita a vossa vontademesmo que todos tenham fugido no final, e só ela, outra mulher, e um deles tenhaficado aos p�s da cruz, ag�entando o riso dos inimigos e a covardia dos amigos, seja feita a vossa vontade.Seja feita a vossa vontade, Senhor.Porque Tu conheces a fraqueza do cora��o dosTeus filhos, e só entregas a cada um o fardo que pode carregar.Que Tu entendas meu amor porque ele � a �nica coisa que tenho de realmente meu, a �nica coisa que poderei carregar para aoutra vida.Faz com que ele se conserve corajoso e puro, capaz de continuar vivo, apesar dosabismos e das armadilhas do mundo.O órg�o ficou em sil�ncio, e o sol se escondeu atr�s das montanhas  como seambos fossem regidos pela mesma M�o.Sua prece fora ouvida, a m�sica tinha sido sua ora��o.Abri os olhos, e a igreja estava completamente escura  exceto pela vela solit�ria, que iluminava aimagem da Virgem.Escutei de novo seus passos, voltando at� onde eu estava.A luz daquela �nica velailuminou minhas l�grimas e meu sorriso  que, embora n�o fosse t�o belo como o da Virgem,mostrava que meu cora��o estava vivo.Ele ficou me olhando, e eu o olhava.Minha m�o procurou a sua, e a encontrou.Senti que agora era o seu cora��o que batia mais r�pido  eu quase podia escut�-lo, porqueest�vamos de novo em sil�ncio.Minha alma, por�m, estava tranq�ila, e meu cora��o em paz.Segurei sua m�o, e ele me abra�ou.Ficamos ali aos p�s da Virgem, durante umtempo que n�o sei precisar, porque o tempo havia parado. Ela nos olhava.A camponesa adolescente que dissera  sim ao seu destino.Amulher que aceitou levar no ventre o filho de Deus, e no cora��o o amor da Deusa.Ela era capaz decompreender.Eu n�o queria perguntar nada.Bastavam os momentos passados na igreja, aquelatarde, para justificar toda aquela viagem.Bastavam os quatro dias com ele para justificar todoaquele ano em que nada de especial tinha acontecido.Por isso eu n�o queria perguntar nada.Sa�mos da igreja de m�os dadas, e voltamosao quarto.Minha cabe�a dava voltas  semin�rio, a Grande M�e, o encontro que ele teria aquelanoite.Ent�o me dei conta de que, tanto eu quanto ele, quer�amos prender nossas almas nomesmo destino; mas existia um semin�rio na Fran�a, existia Zaragoza.Meu cora��o apertou.Olheias casas medievais, o po�o da noite anterior.Lembrei o sil�ncio e o ar triste da Outra mulher que eufora um dia. Deus, estou tentando recuperar minha f�.N�o me abandone no meio de umahistória como esta , eu pedi, afastando o medo.Ele dormiu um pouco, e de novo fiquei acordada, olhando o recorte escuro dajanela.Acordamos, jantamos com a fam�lia que nunca conversava na mesa, e ele pediu a chave dacasa. Hoje vamos voltar tarde  disse para a mulher. Jovens precisam se divertir  respondeu ela. E aproveitar os feriados da melhormaneira poss�vel. Tenho que perguntar uma coisa  eu disse, assim que entramos no carro. Tentoevitar, mas n�o consigo. O semin�rio  disse ele. � isto.N�o compreendo. Embora n�o tenha mais import�ncia compreender nada , pensei. Eu sempre te amei  come�ou ele. Tive outras mulheres, mas sempre te amei.Carregava a medalha comigo, pensando que um dia tornaria a entreg�-la, com a coragem de dizer te amo. Todos os caminhos do mundo me levavam de volta a voc�.Escrevia as cartas, eabria com medo cada resposta  porque, em uma delas, voc� podia me dizer que havia encontradoalgu�m. Foi quando ouvi o chamado para a vida espiritual.Ou melhor, aceitei o chamado,porque  assim como voc�  j� estava presente desde minha inf�ncia.Descobri que Deus eraimportante demais na minha vida, e que eu n�o seria feliz se n�o seguisse minha voca��o.A face deCristo estava em cada um dos pobres que encontrei pelo mundo, e eu n�o podia deixar de v�-la.Ele calou, e eu resolvi n�o insistir.Vinte minutos depois, ele parou o carro e descemos. Estamos em Lourdes  disse. Voc� precisa ver isto aqui no ver�o.O que via eram ruas desertas, lojas fechadas, hot�is com grades de a�o sobre a portaprincipal. Seis milh�es de pessoas v�m aqui no ver�o  continuou, entusiasmado. Para mim, parece uma cidade-fantasma.Atravessamos uma ponte.Diante de nós, um imenso port�o de ferro  ladeado poranjos  tinha um dos seus lados abertos.E nós entramos.  Continue o que voc� estava dizendo  pedi, mesmo tendo decidido pouco antesque n�o ia insistir. Fale da face de Cristo nas pessoas.Percebi que ele n�o queria prosseguir a conversa.Talvez n�o fosse o lugar nem omomento.Mas agora que havia iniciado, precisava terminar.Come�amos a andar por uma extensa avenida, ladeada por campos cobertos deneve.Ao fundo eu notava a silhueta de uma catedral. Continue  repeti. Voc� j� sabe.Entrei para o semin�rio.Durante o primeiro ano, pedi que Deus meajudasse a transformar meu amor por voc� num amor por todos os homens.No segundo ano, sentique Deus estava me escutando.No terceiro ano, embora a saudade ainda fosse muito grande, eu j�tinha a certeza de que este amor estava se transformando em caridade, ora��o e ajuda aosnecessitados. Ent�o por que tornou a me procurar? Por que acendeu de novo em mim este fogo?Por que me contou o exerc�cio da Outra, e me fez ver como eu era mesquinha com a vida?Minhas palavras sa�am confusas, tr�mulas.A cada minuto, eu o via mais perto dosemin�rio e mais longe de mim. Por que voc� voltou? Por que só me conta esta história hoje, quando v� que estoucome�ando a am�-lo?Ele demorou um pouco antes de responder. Voc� vai achar tolice  disse. N�o vou achar tolice.N�o tenho mais medo de parecer rid�cula.Voc� me ensinouisto. H� dois meses meu superior pediu para acompanh�-lo at� a casa de uma mulherque havia morrido e deixado todos os seus bens para nosso semin�rio.Ela morava em Saint-Savin, emeu superior devia fazer um invent�rio de suas coisas.A catedral, ao fundo, aproximava-se a cada instante.Minha intui��o dizia que,assim que cheg�ssemos ali, qualquer conversa seria interrompida. N�o pare  eu disse. Mere�o uma explica��o. Lembro o momento em que entrei naquela casa.As janelas davam para asmontanhas dos Pireneus, e a claridade do sol, aumentada pelo brilho da neve, se espalhava por todoo ambiente.Comecei a fazer uma lista das coisas, mas em poucos minutos havia parado. Descobrira que o gosto daquela mulher era exatamente igual ao meu.Ela possu�adiscos que eu teria comprado, com as m�sicas que eu tamb�m gostaria de ouvir olhando a paisageml� fora.As estantes tinham muitos livros  alguns que eu j� havia lido, outros que certamentegostaria de ler.Reparei nos móveis, nos quadros, nos pequenos objetos espalhados; era como se euos tivesse escolhido [ Pobierz całość w formacie PDF ]

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